17 agosto 2011

"...são os laços invisíveis que havia"


Nada pra fazer em uma quarta-feira a noite. Aquela olhada no facebook, discussões acaloradas e nada úteis sobre como será o final da novela, uma cutucada nas pastas antigas de música do computador,... bom, isso é algo diferente. A gente nem sempre se permite mudar o curso da rotina, por preguiça ou por gostar do odioso dia-a-dia sempre igual.

Mas o fato é que as músicas falam tanto quanto as fotografias. Dia desses passou no rádio uma música que me levou diretamente de volta ao palco do auditório da escola. Eu estava no 2 ano colegial (e já me sinto velha por falar assim, pois sei que hj em dia o 2 ano colegial é outra coisa mais proxima do 4 ou 9 ano ???? nossa! ), era nossa apresentaçao do SEEJT (Seminário do Meio Ambiente que so o 2 ano montava para toda a escola assistir) e depois de tanto trabalho, aquele Making Off histórico. Enquanto Houver Sol do Titãs congelou aquele momento pra toda nossa turma, onde quer que estejam hoje!

Correndo o risco de estar escrevendo mesmo só pra botar pra fora e de ser desinteressante, descobri que tenho um bocado de nostalgia, romantismo, melancolia e alegria também, só pra rimar. Mas é que "recordar é viver mesmo", viver tudo de novo, mas com um ar de ansiedade por saber que daqui uns anos a música do Luan Santana vai trazer momentos bons também. Que foi?! O.O

Ahhh, por hoje está bom. Pra quem abandonou o bloguismo desde Março, é uma manifestação espontânea.



E falando em alguma coisa que lembra outra coisa... olha quem tá aqui!


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Curioso...

- Aaaaaaa alergia voltou. Ninguém merece.

-Preciso de flores novas para a minha sala no trabalho. É outra coisa...

- Sinto muuuita falta dos meus seriados =/ Culpa da minha internet que agora deu pra fazer download em 15 horas ká ká ká



31 março 2011

Metamorfose

É, a gente vive e a gente muda. A gente faz coisas que aquele amigo que tivemos na 3 série nunca imaginaria. A gente se muda, vai pra outra cidade, vai pra outra casa, vai pra outro emprego. A gente se forma e quase nunca informa, deixa o tempo passar e um dia desses, quando for o caso de se bater com a filha daquela nossa amiga de infância na sessão de refrigerantes do supermercado a gente pensa “nossa, como ela lembra aquela minha veeelha companheira de Barbie.” E eis que a dita cuja aparece logo atrás.

A vida é engraçada, os planos mudam tanto, as expectativas, o jeito de ser, os gostos musicais e gastronômicos. Mas as coisas que ficam são tão gostosas... elas lembram aquelas que sofreram mutação e dá aquela sensação boa de olhar pro nada e pensar: “Ai, ai... bons tempos naquela época, não é fulano?!”

As vezes a gente não tira foto do que vai ser um minuto inesquecível, outras vezes a gente só torna certas coisas inesquecíveis pq temos a foto pra olhar. Que coisa doida. Mas e quando vc revê alguém que há anos não via mais? A pessoa que tinha tudo pra ser um viajante do mundo está agora enfurnada em um escritório, cheia de papéis pra todos os lados, estressada e não conheceu quase lugar nenhum... Ou então aquele amigo acanhado, que falava baixinho e tinha vergonha das piadinhas alheias agora é o apresentador de um programa que fala se sexo, ou é o vencedor do Ídolos Brasil. Quem poderia imaginar que chegaríamos até aqui...

Esta semana foi proposta por uma amiga à nossa turma do ensino médio que nos encontrássemos, depois de 5 anos do fim do colégio. Tomara que funcione, pq histórias interessantes e muita nostalgia não vão faltar. E a fofoca retroativa? Aliás, é por causa dessas mudanças tão engraçadas que a vida faz a gente dar que a fofoca é tão prazerosa as vezes. A surpresa de descobrir o que parecia nada provável causa deslumbramento!

Eu sei é que passei 7 meses morando no Canadá, escrevendo por inspirações de uma intercambista, pra expressar a saudade ou pra compartilhar tanta novidade e no piscar de 17 horas de vôo minha vida começou a mudar novamente, mas não pra ser como antes de ficar diferente pela primeira vez, nem pra ser como daqui uns 4, 5, 6 anos... e quem se arrisca a saber o que vai virar até lá?

Esses e outros devaneios que aparecem do nada são coisas que, como diria uma amiga minha, “Só FROID explica”.



25 novembro 2010

Avião



Um mix de ansiedade, cansaço, vontade de tomar um banho... rs Agora, já em casa, eu me sinto bem. Matar saudade é muito bom, na verdade, é a única coisa que ela oferece de bom: rever as pessoas de quem se sente falta é bem melhor do que siplesmente vê-las.

A comida da minha mãe, a entrega das lembrancinhas, o clima de Salva... não, este tá insuportável! Mas seja lá o que for, é o que eu digo com naturalidade a quem me pergunta: É bom estar de volta em casa.

E agora, a saudade de Vancouver?! É, ela certamente está aqui, pois só se sente falta do que fez a diferença. Ela só não tá tão evidente que eu possa já ter reconhecido. Quem sabe um dia eu possa falar melhor sobre isso...


Algum lugar do céu, Canadá, 15 de Novembro de 2010


Hoje peguei meu último Robson, busu número 5, o último Skytrain e Canada Line. Tudo em um dia só, o último dia.

É estranho estar pronta pra se despedir. Ou não. Aquelas borboletas no estômago e a ansiedade, o choro, a alegria, a sensação de fim, de dever cumprido ou de "fim - deveria ter feito mais". Acho que qualquer coisa sentida no final de um intercâmbio pode ser chamada, entre outras coisas mais, simplesmente estranho.

Não existe nome pra isso, nem em português, nem até onde meu inglês alcança. Como se pode explicar um mix de emoções tão bem definido. Onde a ansiedade termina no limite da saudade que já dá pra sentir.

Até agora são 3 horas de vôo e daqui a mais uma eu estarei na metade do caminho, o que me permite dizer que ainda não deixei o Canadá, mas que também não cheguei em casa. Talvez assim eu possa explicar o sentimento que é terminar um intercâmbio e voltar pra casa, é como estar em Toronto. Nem lá, nem cá; nem "ficou pra trás", nem "tem tudo pela frente".

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Existe alguma forma de resumir 7 meses de uma vida em outro país? As pessoas me perguntam, "e então, o que vc achou de tudo, estando agora no final?". Bom, sejamos organizados então e vamos dividir isso em tópicos. Euforia da chegada - Vancouver é a cidade mais maravilhosa de todas, o mundo é maravilhoso e as pessoas ao redor dele são tão coloridas, interessantes, diferentes... Levando em consideração que Vancouver foi a primeira cidade que eu conheci fora do Brasil, uma definição assim é no mínimo precipitada. Mas foi por isso que o nome deste tópico seria "euforia da chegada".

Descobertas - O sistema de transporte é realmente eficiente, os parques são bem organizados e as pessoas são bem-humoradas. Nossa, como eu sabia menos de inglês ainda do que eu pensava. O Verão daqui é diferente, mas bem bom também. Maquiagem pode ser bem interessante. Amigos novos podem ser tão encorajadores e te apoiarem tanto quanto os antigos.
Aprendizado - Eu sou só uma gota no oceano e tem muito mais lá fora. Eu posso cozinhar se eu quiser - poder comer e ficar feliz já são outros 500. Eu dependo muito das pessoas que eu gosto.
Decepção - Nem tudo são flores quando se trata de morar em outro país, sem ter a certeza de que existirá alguém pra te proteger, seja um advogado, o Procon, a Guarda Costeira ou qualquer outra coisa que te lembre que vc está em casa. Existem "tiradores de vantagem" em qualquer lugar, acredite, isso não é coisa de brasileiro (ufa!). As vezes idealizar demais pode ser um erro.
Depois de dividir assim, eu poderia compor "Considerações finais" pra a resposta de "o que vc achou", daí, entretanto, soaria um pouco incoerente. Porque, no final das contas, o que não foi entusiasmante, o que foi ruim e inesperado simplesmente desaparecem. Acho que o otimismo é a respeito disso. Mas eu acrescentaria algo a mais: O intercâmbio é a respeito de nós próprios, a gente se conhece melhor, começa a perceber certos atributos/imperfeições que antes pareciam não existir. Então eu digo que esses 7 meses foram também pra meu crescimento, auto superação.Considerando também as decepções, pois elas podem ter contribuído mais do que eu imagino, o balanço foi positivo. Mas as considerações finais de verdade, só vou poder fazer daqui um tempo, pois é quando a gente sente falta que dá pra entender quão intenso foi ter vivido aquilo, isso eu bem sei!

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Algum lugar no céu, Alguma América, 15 pra 16 de Novembro de 2010

Agora, pelamordedeus.... nasceram mais 3 cabelos bancos e um ruga na minha orelha por causa do stress que é arrumar tanta coisa dentro das malas, me despedi chorando das minhas amigas no aeroporto - que foram uma fofas me levando até lá, carregando meus bagulhos tão pesados, esperando eu embarcar e, diga-se de passagem, matando aula pra isso - pra chegar nesse avião, ficar com as costas maltradas e com, digamos, dores lombares incovenientes, além de muito entediada. Além de que, está frio e eu estou sentada na janela, precisando pedir permissão pra passar, um poooorre. Nem meu travesseirinho de urso consegue aliviar a tensão do pescoço por estar na mesma posição nesta cadeira que não reclinaaaa. Daí vc vem me dizer que pelo menos tem uma televisãozinha na minha frente e que eu posso usar o computador sem correr o risco de ficar sem bateria. NÃO, pelo menos nada!!! Pelo menos alguma coisa seria se a viagem fosse de 2 horas, no máximo! Mas isso ainda vai ser meu tempo de vôo de São Paulo até Salvador, porque chegando no Brasil a agonia não termina. E pensar que, ainda assim, até lá vão levar mais umas 10 horas... Ooooooh gente, pq ainda não inventaram um transporte mais rápido?! Ah, na verdade inventaram, os jatinhos só não estão ao meu alcance! rsrs

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10 novembro 2010

Sala 4004




Quase todos estavam lá, e aqueles que não foram já tinham voltado para seus países, ou ligaram(ou) para dizer que queriam(a) ter estado. Mas todos, absolutamente todos foram lembrados, e relembrados, e por causa deles demos aquela risada gostosa mais uma vez...

No início, nos conhecemos em uma sala grande, com mesas no estilo filme colegial americano, sentados um em frente ao outro, conversando sobre quem éramos. País de origem, há quanto tempo estudando inglês, cor favorita, objetivos de vida... Lance foi o primeiro a ouvir de mim que eu estava aqui para estudar e trabalhar e que eu era uma brasileira de 22 anos (recém-completados, me lembro de ter me esforçado para explicar isso no dia). Depois, fomos passear pelas redondezas, através de um "mini tour gratuito" oferecido pela escola, e passei a conhecer Andrea... minha grande companhia das primeiras 5 semanas.

Mas eles mudaram pouco. E no final das contas, ainda somos umas das mais sortudas turmas da ILAC. Pelo menos tivemos sorte de ter uma professora tão querida e tão competente e alunos que se dessem tão bem. Ahh, e como combinavamos... Sabíamos a piada certa na hora certa, e aquele que não se encaixava no perfil da turma, de primeira pedia pra mudar. Faziamos tanta piada com isso... até o abandono dos colegas novos era motivo de graça.
Já teve japones nadando no lago do parque em plenos 11 graus e brasileiro acompanhando; já teve piquenique e trocas de experiências pessoais; já representamos papéis variados no nosso teatro criado e já rimos a beça com as reclamações rabugentas do melhor russo ever! Como todos nós juntos somos melhores... fazem falta aqueles que não puderam comparecer.

Mas saimos pra nos encontrar na Waterfront Station, onde sempre todas as turmas marcam. Sabe como é... ponto de intersecção entre o Seabus, o Skytrain e o Canada Line. Quer melhor?! Os primeiros a chegar foram os brasileiros, eu, Rafael e.. bom, o japones tb. Esperamos mais um pouco, e lá estavam os coreanos, já fazendo graça ao se esconderem atrás dos quadros de propaganda fixados no chão e querendo dar susto. Faltava a professora, seu namorado e a japonesa que tb confirmou. O outro japones não iria, pois não tinha estado em dia com as mensagens do Facebook. Saindo dali fomos comer uns nachos (quer mais comum em Vancover?) e tomar umas cervejinhas. A propósito, a tal da Lions Gate é horriveeel. Atenção mulheres, é super amarga. Mas tudo bem, valia a pena por estar ali conversando com os amigos e rindo, e rindo...

Relembramos os tempos antigos e eu senti, mais forte ainda, como seria horrível perde-los pra sempre. Afinal é disso que se trata o intercâmbio tb... Mas daí veio a idéia: Daqui a 10 anos, o que vamos estar fazendo?! Bom, várias coisas eu espero. Mas vamos nos reencontrar todos em Vancouver? Em 2019 podíamos marcar a data e todos se programariam para o ano seguinte... filhos e maridos/esposas estão previamente super convidados. Queremos ver todo mundo... mas, como dizia o sábio Nozo... "eu vou me aprensentar a vcs como um homeless". Bom, que cada um tenha o futuro dos sonhos, não era esse o desejo?! Eu? Espero estar rica suficiente pra bancar este compromisso.

E lá se foi a noite, entre uma cerveja e outra, entre gravações de vídeo, fotos, lembranças... eis que partirei em breve, mas com certeza levarei comigo a turma do coração, onde várias pessoas de diferentes países se reuniram sem nem imginar que do outro lado alguém compartilhasse de tantas semelhanças (e tb pra me darem o primeiro tchau). Mas o mais legal é que, vivemos em lugares diferentes do globo, e mesmo assim nos entendemos tão bem a ponto de termos nos tornado amigos.
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- Sentirei saudades da minha Vancity querida...

05 novembro 2010

'E Se...'





Seis meses e duas semanas se passaram desde que eu comecei com isso tudo. Aceitei o desafio, a distância, o sonho, e o risco. Desde de perder algum dos 30 vôos que eu tive que pegar até o de me sentir tão alienígena em outro país que nada fizesse sentido. O risco de os objetivos mudarem tanto ao ponto de eu não reconhe-los mais, de não entender as diferenças, de não ter com quem contar... O risco de que a saudade virasse dependência e de que as opções que me restassem vossem deixar tudo pra trás ou definhar um pouco mais por dia, isso seria o fracasso.

Eu apostei no risco, como se me jogasse com tudo naquele jogo de pôquer - do qual eu não entendo muito - e só tivesse minha coragem, minha fé, e um sonho lançados na mesa, a mercê dos dados...

Sabe, eu estudei sobre o risco na escola. Aparentemente falávamos do ramo dos negócios, onde o vocabulário anexado ao assunto nos seria útil. E todos ali tinham opiniões sobre o risco nos investimentos, em aplicar dinheiro, como se houvesse experiência suficiente para jovens de 20 anos. O fato, na verdade, é que todos ali viviam o risco diário de não aproveitar o suficiente, de fazer a escolha errada, ou até de gastar mais do que o permitido em compras e bebidas por causa de um cálculo/expectativas mal feitos. Por mais ridículo que seja, intercâmbio é a respeito do risco.

Então, apesar de existir o 'perigo' de as coisas não terem saído exatamente como eu planejei, elas correram bem de qualquer jeito só por eu ter encarado essa hipóstese do inesperado e ter aceitado que era parte do pacote. Mas o melhor de tudo é que, embora existissem possibilidades infinitas e talvez ruins em certo ponto de vista, eu não tive medo delas. Na verdade, eu nem pensei nelas, pois nada equivale ao fato de eu ter estado aqui. Então, seja qual for o desfecho desse plano, ele já funcionou só por ter acontecido. É muito mais a respeito de tudo que eu pude aprender com os riscos, àqueles que me renderam bons rápidos resultados, e àqueles que me deram mais trabalho.

Mas sem risco, não existe o sonho. Não existe resultado sem expectativa, nem crescimento sem preocupação. E se estar aqui é parte de algum objetivo maior a longo prazo, de um destino que eu tenho tentado alcançar, a máxima reveladora é que "no final das contas, a jornada é o verdadeiro destino".
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- Bom, o risco mais ridículo que eu cometi nas últimas semanas foi o de cair no vício por mas um seriad que, a princípio, eu nem estava gostando tanto assim. Mas agora, se me deixam sozinha com um computador cheio de "One Tree Hill", fico horas por lá mesmo...
- O risco de ficar gordinha, hmm... estamos falando sobre intercâmbio, certo!?
- A foto do post foi tirada em algum lugar do Canadá. Apesar dos riscos, este país é lindoo!!!
- O risco de não querer voltar pra casa? Só se eu pudesse trazer todo mundo pra cá comigo, pois o risco de morrer de saudade eu não vou correr! ;)

25 outubro 2010

Tem alguém ouvindo!?



Quem leu o primeiro post deste blog sabe. Eu não sei es crever pq preciso, eu não quero escrever sem querer escrever. Então, por isso as vezes as datas entre uma postagem e outra são tão longas. Mas hj foi diferente, eu queria botar alguma coisa pra fora, mas não sabia exatamente o que. Eu queria dividir uma aflição misturada com indignação, mas como?!

Abri o Word Pad várias vezes sem saber o que pôr lá. Não saiam palavras, só palavrões. E m desculpem a falta de modos, mas até agora penso em palavrões.

Como pode alguém cuidar tanto de um plano e quando ele acontece não sai daquele jeito? Já viu galinha chocar ovo e o pintinho nascer com cara de pato? Bom, vai ver existe... eu sei lá dessas esquisitices. Mas é mais ou menos daí que nasce a minha aflição.

Ano, dois mil e batatinha; o plano era viajar pra um intercâmbio onde eu pudesse aprender o inglês com certeza. Que saísse falando pelos cotovelos, sem medo de me arriscar, que conversasse sobre tudo. Olha, vou te dizer, demorou... levou muito tempo pra eu conseguir concretizar o plano de morar no exterior. Não pelas compras - que eu bem fiz -, nem pela sede de liberdade, de morar sozinha - que eu na verdade, tenho faz tempo -, mas puramente pelo gosto de viver o diferente, de comer comida ruim e dizer que é... "nova", de encontrar gente que pensa de outro jeito, que se veste "esquisito", que fala outra língua. Pela vontade de falar outra língua. Mas os objetivos mudam, ou melhor, eles se aprimoram. A gente acrescenta coisas novas aos velhos projetos, e isso é o legal de se desenvolver. Foi aí que pensei: "Bom, já que estou aqui trabalhando pra falar inglês cotidiano e ter esse tipo de experiência, pq não aproveitar pra juntar um dindin e tocar novas idéias no Brasil?".

Lá fui eu. Cheia de vontade, pq eu sabia que estava aqui pelo programa de intercâmbio, pra viver num país diferente, falar outro idioma, e blá blá blá. Pq eu me planejei pra isso, eu tive propósitos e fiz brotar o financiamento, tanto o pessoal quanto o Mãetrocínio (sem palavras pra agradecer!!). E o início foram flores, as dos jardins todos que eu visitei. Na escola, tudo certo, boas aulas, bom crescimento (a base do meu intercâmbio), empenho, motivação... e qndo chegou a hora de trabalhar... bom, começou tudo bem. Eu me sentia bem, estava tudo dentro do planejado, do dinheiro, das horas de trabalho,...

Mas aí o verão acabou. E não foi só a praia que eu perdi, nem os passeios à luz quente do Sol. O movimento do restaurante começou a enfraquecer e quem era o meu empregador preocupado com meu aprendizado de inglês e minha experiência internacional?! O COELHO, só se for. As horas foram diminuindo, já não dava mais pra parar no meio do expediente e trocar umas 'words' com o pessoal. Tudo se resumia a ser rápida pra não ter que fazer meu querido chefinho pagar horas a mais. E quem ia falar comigo na correria?! Nem inglês, nem meio inglês... no final das contas o chefinho tão prestativo e bonzinho se mostrou o maior malandro de todos os tempos, daqueles com quem Quincas Berro D'Agua tomava lições. No Pelourinho ia ter indiano virando Rei!

E de repente não tinha mais cara de intercambista, mas de imigrante lascada, coitada dela. Precisava trabalhar pra pagar o leite dos filhos que ela deixou no Brasil. E, que coisa feia reclamar, ela deveria se sentir grata por estar trabalhando ali e sendo submetida as horas de trabalho que ele quisesse, dependendo do tamanho do lucro que daria pra ele ter naquele dia. "Vc não tem escolha, é pegar ou largar". Pq ninguém vai contratar quem já está indo embora. Recorrer a justiça?! Só se for a divina, ou quem sabe, à justiça do Hare Krishna e dos deuses dele, quem sabe assim seria mais rápido.

E essa foi a parte da indignação.

Hoje eu não sabia o que escrever pq pagar de revoltada sem causa não ia ser interessante. E chorar pitangas no blog é meio demodê. Mas desde o primeiro parágrafo até agora, pensei: "Isso aqui é um diário ou não é?!" Quero que a quem a carapuça servir isso seja útil, pois não pensem que intercâmbio a trabalho no exterior é fácil. Não vai se parecer nunca com aquela coisa descolada e "cool" que as agências vendem pra gente no Brasil.

E a palavra do dia hoje são duas: Olho aberto!


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-Aos que quiserem mais informações, deixem comentários com contato de email e eu juro, darei notícias minhas!

-Não pensem que o inercâmbio é tudo de ruim pq NÃO É. Gostei muito de tudo que vivi aqui, e no funfo, no fundo, até com as desventuras a gente tira muita coisa boa. Então vejam, em um blog com tantos posts, só um é dedicado à parte ruim. Então, não desista de morar fora, só se ligue nas palavras do dia ;]

-Geeeentem, o blog está de cara nova (como ja disse, me liguei totalmente nessa vida de desing internético de site). Então ME SIGAM. É só dar um saque na coluna do blog à direta. ;)

Obrigadíssima pela atenção
Espero ter coisas mais coloridas e menos chatas pra falar da próxima vez!

12 outubro 2010

- Feliz dia das... - FELIZ PRA QUEM?!

Foi como eu disse mais cedo no twitter, hoje eu acordei meio Joseph Climber: um exemplo de superação.

Primeiro de tudo por que fui dormir as 4 e 30 da manha - enquanto as sirenes da escolas no Brasil ja tocavam pela segunda vez e os engarrafamentos já eram sentidos há mais de uma hora -, só autistando no meu Mode Nerd ON, pulando entre um blog e outro, entre um site de dicas e outros (a proposito, Nossa Senhora do WWW que abençoe essas almas boas que facilitam tanto a vida blogeira da gente) pra conseguir entender um pouco mais como a coisa funciona. Eu sei que já mantenho isso aqui há quase um ano (U-A-U), mas essa coisa de CSS, Html, Java, Piriquito, papagaio e caixinha de fósforo nunca foram meu forte! Mas eis que em uma terça-feira de madrugada, eu surtei!

Segundo de tudo, quando acordei pensei logo 'Ó Céus... hj tem Nando's'. Gente, não tá dandoooo. Sair de casa debaixo de 10 graus e sensação térmica desumana pra voltar de lá com a 'expectativa de direito' de ganhar 20 dolares é patético. Não posso definir de outro jeito, trabalhar em intercâmbio - principalmente quando este é intermediado pela INTERNeX - é nada mais, nada menos do que Patético. A propósito, se vc que está lendo estiver pensando em fazer essa besteira na sua vida, ABSTRAI!! Vai por mim, vc não grudou chiclete na cruz como eu devo ter feito, sai dessa, xuxu!

Então, mas como eu não desisti ainda, continuo nessa, sem protestar, sem fundar o Sindicato dos Intercambistas Escravos do Norte. Não tenho lá muita escolha, visto que em um mês e dois dias estarei de volta ao Brasil e nesta altura do campeonato, ficar sem trabalho nenhum é pior ainda. Tudo - até isso - menos o ócio outonístico.

Bom, se até agora eu não virei um peso de papel, ainda tô no lucro, não é mesmo?!

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- Sábado, adivinha só que dia é?? DIA DE COMPRAS \o/ Seattle, aqui vamos nós.

- Ah, e para os desavisados, Joseph Climber é este moço aqui ó: http://www.youtube.com/watch?v=h5DjjZipafA&feature=related